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Casada, escritora, com a alma rodeada de perguntas... Amo escrever... Sou alguém que coloca o coração em tudo o que faz... Que dá o seu melhor... E que ama traduzir sentimentos!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Elo




Quando digo que faço das palavras
Minha fonte de energia
Podes ter certeza do que digo.
Faço de cada verso, de cada conjunção, conjugação
O elo necessário
para que eu caminhe
Mesmo em dias de chuva
Onde os pés, gélidos,
Pedem um bom par de meias
E uma infinidade de travesseiros
Para recostarem suas calosidades.
E por fazer-me elo com as palavras
Busco nelas a tradução
Mais do que completa
Para cada sentimento d’alma.
Seja ele o ardor do desejo mais secreto.
Seja a inconstância da angústia,
Apertando os cintos,
Acelerando a vida.
Seja a delícia da surpresa
Ou até mesmo os olhos abaixados
Num momento de solidão ou desespero.
Faço de cada verbo, cada adjetivo,
Cada artigo
O substantivo mais singular
Do meu viver.
Busco entre interrogações, exclamações,
E muitas reticências
Os quês todo especiais
Todo importantes
A me rodear a pele.
E por buscar nas palavras
A exatidão dos sentimentos
Faço delas a exatidão dos pensares.
Pensamentos que vagueiam.
Rodopiam ao som suave de uma melodia
Tão bem trabalhada
Quanto as de Vercillo
Ou mesmo um Djavan.
Trabalham com as letras com maestria.
Sem nem sequer se preocuparem com as rimas.
Sabem a que vieram
E fazem disso sua fonte inesgotável de aplausos.
Muito longe dos maestros
Mas tão amante dos versos e prosas
Faço de minha mão
A ponte para quem quiser escrever.
Por vezes, sinto que sou eu.
Noutras, que sou apenas ferramenta.
Mas, no final de tudo,
O importante é que tudo fica belo
E muito bem aceito.
E por não buscar aceitação absoluta
Brinco com cada verso, cada sentimento.
Unindo-os e desfazendo-os
Como se estivesse a costura-los.
Costuras retas, zig-zag,
Ou mesmo mais elaboradas
Para vestimentas de festa ou missa.
Ora me faço poeta.
Ora me faço poetisa.
Ora busco os romances ingênuos e pueris.
Ora ardo-me no fervor
Dos corsets e dos convites de ousadia.
E por ver-me ora ousada, ora santa
Brinco com cada palavra
E sua colocação verbal, nominal.
Por vezes, uso nomes.
Noutras, os escondo.
E, além, os pseudonimo.
Tão bom brincar de esconde-esconde
Com cada pensar, poetar!
Tão bom fazer das mãos
A máquina de transposição dos pensamentos!
Talvez seja isso um privilégio.
Não sei.
Talvez seja como o ato de estar viva!
Talvez faça parte de mim desta, de outra vida...
Mas, o mais esplêndido
É poder manusear cada querer
De cada indivíduo que cruza meu caminho.
Faço brincadeiras com eles, os sentimentos alheios
À medida que deixo minhas mãos
Deslizarem rapidamente sobre o papel.
Mas, por falar em papel...
É preciso deixar claro
Que ele segue sendo papel
Tão teatral, tão mirabolante,
Tão somente à medida
Que preenche as linhas do caderno.
Quando não há linhas, as invento.
Ora as sigo, noutras as entorto.
Como estão meus pensamentos, sentimentos.
Faço festa com as palavras
E as neologizo, criando novas companheiras,
Para os momentos de inspiração.
Um idílio apaixonante
Que circula na veia
Como alta taxa glicêmica
A me tontear em dias de ansiedade.
Amo cada verso, cada prosa,
As crônicas na ponta da pena
Ou da caneta esferográfica...
Isso me mostra viva!
Mostra-me a que vim,
Além de amar...
Mostra-me que posso acreditar
No poder de unir sonhos
E também desesperos do caminho.
Mostra-me que sou o elo eterno
Entre o que já passou
E o que ainda está por vir.
Seja agora, seja depois
Que o sol se for
E a cova, vazia,
Tão somente guarde os ossos
E a caixa encefálica
De um ser que, um dia,
Sonhou demais em ser gente grande
Mesmo que em suas palavras
Seus versos, sua vontade
De mostrar ao mundo
Que o amor, por menor que seja,
É a fonte inesgotável
Para toda e qualquer criação.
Seja ela doce, seja medonha.
Seja capaz de encantar
Ou mesmo confundir
Mais e mais o encéfalo...
Hoje, agora
E enquanto houver conexão mental!...





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